segunda-feira, 17 de março de 2008

A Leucemia na infância


LEUCEMIAS NA INFÂNCIA


O termo leucemia refere-se a um grupo de doenças complexas e diferentes entre si que afetam a produção dos glóbulos brancos. A leucemia é a doença maligna mais comum na infância, correspondendo aproximadamente a 30% dos casos de câncer da criança.
As leucemias são classificadas como agudas e crônicas, tomando-se como base o nível de maturação da população neoplásica. As agudas caracterizam-se por um grave defeito de maturação, induzindo a um acúmulo de células imaturas (blastos); há falha na produção de glóbulos brancos diferenciados. As leucemias crônicas, ao contrário, são definidas por hiperplasia de elementos maduros, tendem a constituir distúrbios relativamente indolentes nos seus estádios iniciais, porém, tardiamente podem transformar-se em leucemias agudas.
Oitenta e cinco por cento das leucemias em crianças são da forma linfóide aguda (LLA), 10% mielóide aguda (LMA) e 5% Mielóide Crônica (LMC). As leucemias linfóides crônicas (LLC) não se manifestam na faixa pediátrica.
Incidem na população em uma freqüência de 1:25.000 indivíduos do grupo etário de 0 a 14 anos. O risco de uma criança desenvolver leucemia nos primeiros dez anos é de 1:2.880. A faixa etária de maior freqüência está entre 2 e 5 anos, sendo raro crianças apresentarem LLA abaixo dos 2 anos e acima dos 10 anos.
Discute-se sua etiologia, embora sejam enfatizados como possíveis causas: efeitos da irradiação, exposição a drogas quimioterápicas, fatores genéticos, fatores imunológicos e exposições a algumas viroses.


O Diagnóstico Inicial


O choque do diagnóstico gera uma avalanche de emoções. As reações mais comuns são confusão, negação, medo, raiva, culpa e desgosto. Muitos pais passam por esses sentimentos em momentos diferentes e em diferentes graus de intensidade.


Confusão - Após receber o diagnóstico e talvez mesmo após uma longa explicação, pode ser que você não entenda nada além do fato de que o seu filho ou filha tem leucemia. Somente a palavra “leucemia” muitas vezes bloqueia. Os médicos compreendem essa confusão inicial e se mostram dispostos a repetir as explicações quantas vezes forem necessárias.


Negação -Após uma explicação completa, a maioria dos pais ainda quer acreditar que houve um engano. “Isso não pode acontecer com o meu filho”. Essa atitude é compreensível por um curto período de tempo. No entanto, a negação por um período muito longo é prejudicial à felicidade futura do seu filho e de toda a sua família. Uma negação contínua isola e abandona a criança em um momento de extrema necessidade.


Medo - Você passará por vários medos: em relação à saúde dos outros filhos, em relação ao gerenciamento das despesas, em relação ao que parentes e amigos vão pensar e dizer, em relação à sua habilidade para lidar com a situação. Converse a respeito destes medos. Exponha-os. A equipe de saúde é formada por profissionais treinados para auxiliar você em todos os aspectos da doença: físicos, emocionais e financeiros. Procure conhecer cada membro da equipe e descobrir como é que cada um deles pode ajudá-lo.


Raiva - Não se surpreenda se você sentir muita raiva. Pode ser que você, como alguns pais, tenha raiva por ter sido escolhido por Deus ou por um cruel destino, ou tenha raiva do seu médico ou de toda a equipe de saúde por não encontrarem uma cura imediata para o seu filho. Ocasionalmente, pode ser que você tenha até mesmo raiva do seu filho doente por ter ficado doente. Sentimentos de raiva são normais, mesmo quando são às vezes irracionais. Evite derramar sua raiva sobre o seu cônjuge ou outros filhos, que têm sentimentos e que também estão feridos.


Culpa - A raiva pode ser seguida depois de um curto tempo por sentimentos de culpa. Você começa a pensar que deve ter feito algo terrivelmente mal e agora está pagando por isso. Você se sente responsável pela doença do seu filho. Se você se sentir atormentado pela culpa, é importante reconhecer e expressar seus sentimentos. Você deve aceitar que a causa da doença do seu filho será sempre um mistério.


Desgosto – Pode ser que você tenha uma sensação aguda de perda no momento em que o diagnóstico é feito. Embora a maioria das crianças que recebem um diagnóstico de leucemia sobreviva, raro é o pai que não sente, em algum momento durante a progressão da doença, a necessidade de se preparar para aquele momento em que seu filho pode não estar mais presente. Mas um luto muito precoce pode fazer com que a criança se sinta negligenciada. Você deve lidar com a sua dor, de forma a proporcionar ao seu filho o que ele necessita para ter uma vida mais completa possível.


Descrença na vida - A aparente injustiça da enfermidade do seu filho pode ameaçar seu otimismo básico em relação ao significado e ao valor da vida. Você pode facilmente se tornar uma pessoa amarga e cínica. A maioria dos pais, verificando em pouco tempo que esses sentimentos não apresentam nenhum valor positivo, continua a acreditar na vida. Para eles, a enfermidade apresenta uma oportunidade para que eles enxerguem e se sintam agradecidos pelas pequenas coisas da vida.


Normalidade em casa - Provavelmente a tarefa mais essencial e mais difícil com a qual os pais se deparam é a manutenção de uma vida normal em casa. Uma criança com leucemia continua a se desenvolver e a crescer. Encher a criança de presentes, ou abandonar todas as formas de disciplina prévias, numa tentativa de compensá-la pela doença, somente funciona para confundir a criança. Além disso, pode suscitar ressentimentos por parte dos irmãos e irmãs. Isso gera conflitos.


Tensões matrimoniais - Os cuidados com uma criança doente podem colocar um casamento sob tensão. Cada um dos membros de um casal é um ser individual com suas próprias maneiras de expressar as emoções. Por exemplo, um dos parceiros pode encontrar um grande alívio chorando, enquanto pode ser que o outro não chore absolutamente. Não é incomum que durante a enfermidade de um filho um parceiro deseje atenção aumentada e conforto do outro. Quando este sentimento é mútuo, é uma fonte de intimidade, calor e apoio. O conflito entre os pais, qualquer que seja a razão, será sentido pela criança.Fontes de Apoio - É aconselhável fazer uma lista das fontes de apoio. A fonte mais importante de apoio parece ser a presença de um parceiro compreensivo ou de outra pessoa importante para quem a pessoa possa se voltar no momento em que os problemas surgem. A equipe médica é considerada útil por muitas famílias. A religião é um fator importante nas vidas de muitos pais que já possuem crenças religiosas fortes antes do diagnóstico. Não é incomum que pais obtenham forças a partir da própria criança doente. Por fim, os pais encontram em outros pais uma fonte de apoio. Poucas pessoas podem compreender tão bem o que você está passando quanto outros pais que possuem um filho com leucemia.


Um comentário:

Anônimo disse...

adorei a canpanha de vo6 eu li tudo e conheci mais sobre a leucemia!muito obrigada