terça-feira, 29 de julho de 2008

Mais um pouco sobre...Doação de Medula óssea

Muita gente confunde transplante de medula óssea com transplante da medula espinhal. Infelizmente, não se domina ainda a tecnologia necessária para transplantar um fragmento que seja da medula espinhal, isto é, da porção do sistema nervoso central que passa por dentro do canal localizado na coluna vertebral.

Quando se fala de transplante de medula óssea, estamos nos referindo a um procedimento clínico que possibilita retirar parte da medula alojada na cavidade interna de vários ossos, aquela parte que no esqueleto dos bovinos, por exemplo, chamamos de tutano.A medula óssea é formada por tecido gorduroso no qual são fabricados os elementos figurados do sangue: hemácias ou glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas. No entanto, ela pode entrar em falência e não ser mais capaz de produzir as células do sangue ou pode ser destruída completamente durante o tratamento de determinados tipos de câncer que exigem altas doses de medicamentos quimioterápicos e/ou de radioterapia. Em situações como essas, o transplante de medula óssea pode ser a única maneira de salvar muitas vidas.
O procedimento é bastante simples. Colhe-se uma pequena quantidade de células progenitoras da medula óssea do doador e injeta-se no sangue periférico, na veia do receptor. Através da circulação, essas células atingirão o interior dos ossos, lugar onde mais gostam de viver, começarão a multiplicar-se e retomarão a atividade de produzir os componentes do sangue. Em pouco tempo também, o receptor terá recomposto completamente sua medula óssea e, se quiser, estará apto para uma nova doação.Embora simples e possível de ser feito, esse procedimento esbarra num grande problema. Como se sabe, o organismo tem a capacidade de rejeitar tecidos que lhe são estranhos. No caso específico do transplante de medula óssea, essa rejeição tem características muito especiais que dificultam encontrar um doador compatível.
Por isso precisamos de cada vez mais doadores para que crianças como Luís Flávio tenham a chance de continuar vivendo....

Não percam no dia 02/08 estarei eu, euzinha mesmo, linda e loira no sofá do Amigão... que chique né... não esqueçam de prestigiar...

Novidades...

Olha só que graça este mimo que ganhei da amiga Cris.

Adorei...

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Depois de um longo inverno...eis que retorno

Voltei... cheia de novidades... andei muito ocupada, sabe, agora tenho dois empregos, o mal das enfermeiras. Pois é fui chamada numa seleção da prefeitura, chique né, sou estatutária, mas vou contar a melhor parte: meu novo emprego. Trata-se de um CAPS, última moda na área da saúde, calma, eu explico, visando a desospitalização dos doentes mentais ocorreu a construção de centros de atenção psicossocial, onde são realizadas ações que previnem as situações de crise dando suporte aos usuários evitando a internação nos "manicômios", nos serviços os doentes mentais recebem reabilitação psicosocial através de oficinas de trabalhos manuais, atividades de suporte social, orientações em saúde, avaliações psiquiátricas e psicológicas, suas famílias também são atendidas e orientadas, os usuários passam o dia no Caps e no fim da tarde voltam para casa, o que não os afasta do convívio familiar e com a comunidade. A equipe é multiprofissional, são enfermeiras, psicólogas, terapeutas ocupacionais, psiquiatras, assistente social, educador físico, entre outros. Estou muito contente em poder exercer um trabalho tão diferenciado, parece que estou fazendo terapia...Minhas colegas dizem só podia ser a Paola, misturar crianças e doentes mentais, que "loucura".
Bjão, até mais.

sábado, 5 de julho de 2008

"A esperança de Humanizar"...


Essa semana recebi um convite de formatura de uma turma de enfermagem que me chamou muita atenção, nele dizia logo na primeira página:

" A enfermagem é uma profissão que se desenvolveu através dos séculos, mudando a história da humanidade. O papel preponderante da enfermagem sempre esteve vinculado ao bem estar e ao cuidado com a vida, se desenvolveu ao longo do processo histórico das civilizações. No entanto, os avanços tecnológicos-científicos e a modernização têm desviado o enfermeiro de suas verdadeiras funções. Assim, esse profissional vem assumindo, cada vez mais, encargos administrativos pertencentes a outras áreas. Com isso, surge a necessidade de resgatar valores humanísticos que norteiam o trabalho daqueles que fazem da assistência o seu objetivo maior; pois corpo e emoção são indivisíveis!"

Digo que me chamou a atenção por que depois que nos formamos e entramos na dura rotina do trabalho hospitalar perdemos um pouco esta visão humanística, sempre faço de tudo pra não deixar de ser "humana", porém sei o quanto é difícil, as rotinas administrativas consomem nosso tempo, cada vez passamos menos tempo ao lado dos pacientes nas enfermarias, já cheguei a ouvir de um paciente que ele não gostava quando eu designava um técnico pra fazer seu curativo pois durante o curativo era o único momento que ele tinha pra conversar, rir e jogar conversa fora comigo, sei que isso é HUMANIZAR, apesar de estar em meio a um procedimento eu o distraio, conversamos amenidades, saímos da rotina, gosto de parecer engraçada, de fazê-lo rir com minhas histórias, mas às vezes não dá tempo...fico triste em dizer isso mas tem dia que não dá... fico com 4 técnicos numa enfermaria com 29 leitos, some aí : as mães, os pais, os inúmeros acompanhantes, os médicos solicitando isso e aquilo, as altas, as admissões, as quimioterapias, os curativos, a papelada, os exames para cobrar, o telefone que não para de tocar e sempre é para a enfermeira, as prescrições médicas para eu aprazar os horários das medicações, não sei quem que faltou e você tem que dobrar, o marido em casa a choromingar...a coluna que dói, os rins que reclamam, ops hoje não bebi água...meu Deus não fiz nem ao menos xixi, pois quando consegui ir até o banheiro ele tava ocupado e aí me chamaram, chegou admissão, alguém passou mal...chamem o plantonista....é enfermeira daqui, enfermeira de lá, o nome doce de se chamar....Ah meu Deus, me ajude, Maria passa na frente pra eu não surtar...
Tão vendo essa é a vida da enfermeira, e com tudo isso Humanizar às vezes vai pra segundo plano... Mas como Deus é bom as vezes recebemos um tapa com luva de pelica, como esse convite que recebi, me alertou me abriu os olhos e não me deixou esquecer que apesar de todas as funções designadas a mim, a mais importante e a que deve estar associada a todas as outras é ser "Humana", sentir a dor do outro, doar confiança e dedicar-se ao extremo, se entregar e levar alegria , cuidar e curar através do amor.